A pilcha é a indumentária do "gaúcho" riograndense. O traje típico desse gaúcho inclui o seu pala (ou poncho) que é um sobretudo que pode servir de cobertor para dormir(com um corte central para enfiar a cabeça, o chamado "poncho"), um facão ou adaga (ou facón, em castelhano), um relho (ou rebenque) e as calças largas chamadas bombachas (um termo que, para os povos da América espanhola, pode ser traduzido como "calça") para facilitar a montaria, presas às suas cinturas por um tipo de cinto com diversos bolsos de couro, denominado guaiaca (ou tirador, em castelhano). O Chiripá (ou Xiripá) também é considerado um traje típico. São complementos as botas, o chapéu de barbicacho e o lenço no pescoço. Pode carregar boleadeiras (bolas ou boleadoras, em castelhano), uma soga (corda) de couro torcido ou trançado com duas pedras redondas amarradas em cada uma de suas extremidades e outra soga (corda) de couro atada no meio dela com uma pedra menor na extremidade (chamada de "piedra chica"), formando uma ferramenta para caça ou captura de animais com três pedras, muito utilizada nos pampas da América do Sul.
Prenda
Depois de algumas diferentes indumentárias que pilharam a penda gaúcha, finalmente ela ganhou um vestido definitivo a partir do 34.º Congresso do Tradicionalismo gaúcho, realizado em Caçapava do Sul, em 1989, para comparecer nos bailes e outros eventos que façam parte desta tradição. De acordo com a revista Pampa, n.º, de março de 1991, a tese pertence ao professor Luiz Celso Hiarup, dando as linhas fundamentais para a confecção do paramento que, no melhor estilo machista, não quer saber de decotes ou fazendas transparentes.
As 18 recomendações para o traje da prenda:
01) O vestido deve ser uma peça, com a barra da saia à altura do peito do pé.
02) A quantidade de passa-fitas, apliques, babados e rendas, é de livre criação.
03) O vestido deve ser de tecido estampado ou liso, sendo facultado o uso de tecido sintético com estamparia miúda ou petit-pois.
04) Vedado o decote e vestidos transparentes.
05) Saia de armar, quantidade livre e lógica.
06) Obrigatório o uso de bombachinhas rendadas ou não, cujo comprimento deverá atingir a altura do joelho.
07) Mangas até o cotovelo, ¾ ou até os pulsos.
08) Lenço com pontas cruzadas sobre o peito, ou fichu (de seda com franjas ou crochê), uma ou outra peça, presa com broche o camafeu, facultativo o uso de chale.
09) Meias longas, brancas ou coloridas, não transparentes.
10) Sapato de salto S ou meio salto que abotoa do lado de fora por uma tira que passa sobre o peito do pé, ou botinha (para estancieira).
11) Cabelo solto em trança (única ou dupla), enfeitado com flores ou fitas.
12) Facultado o uso de brincos de argola inteira, de metal, ou outros discretos, vedado os de fantasia ou plásticos.
13) Permitido o uso de pulseiras de metal. Não são aceitas pulseiras de plástico.
14) Vedado o uso de colares. Permitido correntinha com medalha ou pingente discreto.
15) Permitido o uso de um anel de metal em cada mão.
16) É permitido o uso discreto de maquiagem.
17) Vedado o uso de relógio de pulso grande e indiscreto.
18) Livre criação, quando as cores, padrões e silhuetas, dentro dos parâmetros acima numerados.
02) A quantidade de passa-fitas, apliques, babados e rendas, é de livre criação.
03) O vestido deve ser de tecido estampado ou liso, sendo facultado o uso de tecido sintético com estamparia miúda ou petit-pois.
04) Vedado o decote e vestidos transparentes.
05) Saia de armar, quantidade livre e lógica.
06) Obrigatório o uso de bombachinhas rendadas ou não, cujo comprimento deverá atingir a altura do joelho.
07) Mangas até o cotovelo, ¾ ou até os pulsos.
08) Lenço com pontas cruzadas sobre o peito, ou fichu (de seda com franjas ou crochê), uma ou outra peça, presa com broche o camafeu, facultativo o uso de chale.
09) Meias longas, brancas ou coloridas, não transparentes.
10) Sapato de salto S ou meio salto que abotoa do lado de fora por uma tira que passa sobre o peito do pé, ou botinha (para estancieira).
11) Cabelo solto em trança (única ou dupla), enfeitado com flores ou fitas.
12) Facultado o uso de brincos de argola inteira, de metal, ou outros discretos, vedado os de fantasia ou plásticos.
13) Permitido o uso de pulseiras de metal. Não são aceitas pulseiras de plástico.
14) Vedado o uso de colares. Permitido correntinha com medalha ou pingente discreto.
15) Permitido o uso de um anel de metal em cada mão.
16) É permitido o uso discreto de maquiagem.
17) Vedado o uso de relógio de pulso grande e indiscreto.
18) Livre criação, quando as cores, padrões e silhuetas, dentro dos parâmetros acima numerados.
Peão
O gaúcho, originalmente chamado de vago ou gaudério, surgiu nas fronteiras da Argentina com o Uruguai e com o extremo sul do Brasil. Produto da miscigenação indígena com luso-brasileiros e espanhóis, vivia da criação de gado. Suas roupas eram funcionais, reflexos de uma origem nômade.
A população citadina acompanhava a moda européia, mas ao gaúcho tais variantes não faziam a menor diferença. Só importava que as roupas fossem confortáveis e funcionais. No final do século XIX, este peão resolve abandonar a vida nômade e se estabiliza no Rio Grande do Sul, acabando por enriquecer a sua indumentária.
A bombacha é o traje típico. De acordo com alguns historiadores, foi introduzida após 1860, substituindo o chiripá. A origem ou época do começo de sua utilização pelo gaúcho não é precisa. Para alguns estudiosos, foi trazida da Espanha pelos maragatos e tem origem mourisca ou berbere. Outros defendem que a bombacha seria cópia ou sobra de guerra dos uniformes usados pelas forças coloniais inglesas e francesas, introduzidas pelo comércio britânico no extremo meridional da América do Sul. Por fim, a última tese é de que a bombacha veio com os habitantes da Ilha da Madeira.
A população citadina acompanhava a moda européia, mas ao gaúcho tais variantes não faziam a menor diferença. Só importava que as roupas fossem confortáveis e funcionais. No final do século XIX, este peão resolve abandonar a vida nômade e se estabiliza no Rio Grande do Sul, acabando por enriquecer a sua indumentária.
A bombacha é o traje típico. De acordo com alguns historiadores, foi introduzida após 1860, substituindo o chiripá. A origem ou época do começo de sua utilização pelo gaúcho não é precisa. Para alguns estudiosos, foi trazida da Espanha pelos maragatos e tem origem mourisca ou berbere. Outros defendem que a bombacha seria cópia ou sobra de guerra dos uniformes usados pelas forças coloniais inglesas e francesas, introduzidas pelo comércio britânico no extremo meridional da América do Sul. Por fim, a última tese é de que a bombacha veio com os habitantes da Ilha da Madeira.
Alpargatas - São sapatos feito com lona e solado de corda, sem salto, tipo chileno. Este calçado começou a ser comercializado na Argentina, na década de 70 do século passado, por um espanhol basco. As alpargatas eram utilizadas no trabalho rural, nos veraneios e nas casas, como substituto dos chinelos. Hoje são usadas para qualquer ocasião pelos tradicionalistas e pela população urbana em geral.
Barbicacho - Termo usado em Portugal e na Espanha, é um cordão ou tira de couro passada por baixo do queixo. Suas extremidades superiores são presas, lateralmente, na parte interna da carneira do chapéu, para evitar que este caia na cabeça com o vento ou com movimentos do trabalho do gaúcho.
Bichará - De origem indígena, é um poncho retangular, confeccionado com lã bruta, em tear artesanal.
Blusão campeiro - É um tipo de jaqueta usada para complementar a bombacha. Este blusão não é usado com colete ou com pulôver. Quem mais o utiliza é o gaúcho que mora na fronteira.
Boina - De origem basca, a boina foi assimilada pelo campesino fronteirista através dos gaúchos uruguaios e argentinos.
Botas - São dos mais variados tipos, compõe-se de cano mole, longo ou médio. Os domadores costumam utilizar uma bota de meio pé, sem o bico, para manter os dedos de forra, com a finalidade de melhor se firmarem nos estribos das montarias. Camisa - Geralmente é de riscado ou branca. Mas igualmente, pode ser de outras cores, sendo o preto um sinal de luto. Não existe, para o gaúcho atual, um tipo característico de camisa. Capa gaúcha - De tecido grosso, tem uma abertura frontal e fendas por onde passam os braços. Tipo de capa usada pelos militares e adotada, a partir de 1914, pelos campeiros do sul, quando uma fábrica começou a produzi-las, na cidade de Rio Grande.
Casaco - O casaco citadino também é adotado pelo homem do campo para festas, viagens, igreja. Pode ser usado com ou sem o colete.
Chapéu - Na zona rural, são usados chapéus de lona cotonina, com abas pespontadas e debruadas com fitas de couro. Mas o chapéu que caracteriza o gaúcho é o de feltro, que apresenta variantes características em cada região. Os principais modelos são:
· Tipo fronteira: de copa baixa arredondada e achatada, com aba estreita, virada para cima.
· Tipo tropeiro: aba larga e reta ou com a parte da frente virada para baixo. A copa é alta, formando quatro gomos, como "escoteiro".
· Tipo vacariano: semelhante ao chapéu cowboy. Possui ou não debruns nas abas que são dobradas lateralmente para cima e afuniladas para a frente.
· Tipo missioneiro: aba larga, com a parte da frente "quebrada". A copa é baixa, redonda e achatada, com vinco.
Colete - O uso é eventual.
· Tipo tropeiro: aba larga e reta ou com a parte da frente virada para baixo. A copa é alta, formando quatro gomos, como "escoteiro".
· Tipo vacariano: semelhante ao chapéu cowboy. Possui ou não debruns nas abas que são dobradas lateralmente para cima e afuniladas para a frente.
· Tipo missioneiro: aba larga, com a parte da frente "quebrada". A copa é baixa, redonda e achatada, com vinco.
Colete - O uso é eventual.
Esporas - Peças de metal, adaptadas nas botas, servindo para acicatar a montaria. Compõe-se de roseta, papagaio, garfo e correia. No Rio Grande do Sul, basicamente, existem dois tipos de roseta, cujos tamanhos variam de acordo com o gosto de cada um. A espora nazarena: toda a roseta é feita de cinco ou seis pinos agudos (assemelhando-se aos espinhos da coroa de Cristo, daí o nome de Nazarena). A espora chilena tem o formato de serrilha circular, de vários tamanhos, cujo modelo lembra, vagamente, as sonantes esporas dos "huasos" chilenos (vaqueiro que se assemelha em algumas técnicas de trabalho com os gaúchos das três pátrias; é chamado de maturango pelos argentinos), são de formato côncavo e redondo.
Faixa - Colocada ao redor da cintura, serve para cingir os rins tanto nos trabalhos campeiros como em trajes festivos. Feita com tecido de lã ou algodão, mede 2,80m por 0,18cm de largura. Normalmente tem as cores preta, vermelha ou azul marinho, mas também há algumas multicores, feitas no norte da Argentina ou no Paraguai.
Lenço
O uso do lenço à cabeça procede da Península Ibérica.
Os bandeirantes usaram lenço à cabeça, bem como os gaúchos e os índios minuanos. Estes usavam um lenço dobrado passado ao redor da cabeça.
O termo vincha não foi mencionado na área brasileira. Entre os
castelhanos, era uma cinta, faixa de tecido “pampa”, tira de couro, ou um lenço dobrado com que os “índios e paisanos” sujeitavam os cabelos.
Atualmente, só usam a “vincha” os domadores.
O lenço ao pescoço é de introdução européia e de uso em vários
países sul-americanos: Bolívia, Argentina, Uruguai e Brasil.
Há vários tipos de nós, havendo alguns de simbolismo político, como o Republicano composto de dois topes e uma “rapadura” ao centro (vermelho 1835).
No anuário do Rio Grande do Sul de Graciano de Azambuja (1892
pág.160), há informes sobre o nó republicano. Sua colocação, a do lenço à cabeça é explicada por Augusto Meyer: “... o engenhoso laço feito com as pontas de grande lenço vermelho, que recobre a cabeça, caindo em pontas sobre as costas, e com as outras pontas atava-se um complicado nó de gravata pendendo sobre o peito”.
Paixão Côrtes em “O Gaúcho, Danças, Trajes, Artesanato” faz descrição minuciosa sobre os diferentes nós de lenços. Os mais conhecidos são: nó de correr ou de namorado, nó de três galhos, rapadura, nó republicano, nó de ginete, nó comum.
Quanto às cores, houve tempo em que elas significavam partidos
políticos:
• Chimango (ala radical do Partido Liberal no I e II Impérios) cor
branco.
• Maragato (partidários do parlamentarismo defendido por Gaspar Silveira Martins - Revolução Federalista de 1893, posteriormente Partido Libertador) cor vermelha.
A origem da palavra Maragato vem do Uruguai; o chefe gasparista
Gumercindo Saraiva procedia do departamento de San José (da Banda Oriental), colonizado por espanhóis procedentes da Maragateria de Espanha.
O lenço usado “a meia espádua”, imita a antiga charpa de uso na
Europa que, aqui no Brasil, foi utilizada pelos bandeirantes.
Os campeiros da região serrana do Estado do Rio Grande do Sul
usavam lenço como escoteiros com a ponta caída às costas. Não só de uma cor lisa, mas também de xadrez miúdo.
É de uso comum entre gaúchos uma presilha em forma de anel
(muitas vezes a própria aliança), para prender o lenço, substituindo assim, o nó. O material usado para isto varia: chifre, osso da canela de avestruz, metal, couro, ouro e prata.
O termo vincha não foi mencionado na área brasileira. Entre os
castelhanos, era uma cinta, faixa de tecido “pampa”, tira de couro, ou um lenço dobrado com que os “índios e paisanos” sujeitavam os cabelos.
Atualmente, só usam a “vincha” os domadores.
O lenço ao pescoço é de introdução européia e de uso em vários
países sul-americanos: Bolívia, Argentina, Uruguai e Brasil.
Há vários tipos de nós, havendo alguns de simbolismo político, como o Republicano composto de dois topes e uma “rapadura” ao centro (vermelho 1835).
No anuário do Rio Grande do Sul de Graciano de Azambuja (1892
pág.160), há informes sobre o nó republicano. Sua colocação, a do lenço à cabeça é explicada por Augusto Meyer: “... o engenhoso laço feito com as pontas de grande lenço vermelho, que recobre a cabeça, caindo em pontas sobre as costas, e com as outras pontas atava-se um complicado nó de gravata pendendo sobre o peito”.
Paixão Côrtes em “O Gaúcho, Danças, Trajes, Artesanato” faz descrição minuciosa sobre os diferentes nós de lenços. Os mais conhecidos são: nó de correr ou de namorado, nó de três galhos, rapadura, nó republicano, nó de ginete, nó comum.
Quanto às cores, houve tempo em que elas significavam partidos
políticos:
• Chimango (ala radical do Partido Liberal no I e II Impérios) cor
branco.
• Maragato (partidários do parlamentarismo defendido por Gaspar Silveira Martins - Revolução Federalista de 1893, posteriormente Partido Libertador) cor vermelha.
A origem da palavra Maragato vem do Uruguai; o chefe gasparista
Gumercindo Saraiva procedia do departamento de San José (da Banda Oriental), colonizado por espanhóis procedentes da Maragateria de Espanha.
O lenço usado “a meia espádua”, imita a antiga charpa de uso na
Europa que, aqui no Brasil, foi utilizada pelos bandeirantes.
Os campeiros da região serrana do Estado do Rio Grande do Sul
usavam lenço como escoteiros com a ponta caída às costas. Não só de uma cor lisa, mas também de xadrez miúdo.
É de uso comum entre gaúchos uma presilha em forma de anel
(muitas vezes a própria aliança), para prender o lenço, substituindo assim, o nó. O material usado para isto varia: chifre, osso da canela de avestruz, metal, couro, ouro e prata.